terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Um recorde para a história

(O jogo em Paços de Brandão colocou um ponto final na sequência de jogos sem sofrer golos que o Canedo levava há quase três meses. Autoria da foto: Correio da Feira.)

O jogo do passado domingo, em Paços de Brandão, não só pôs fim a catorze anos de "seca" canedense em terras brandoenses - desde 2003 que o Canedo não vencia o Paços em Paços -, como pôs um ponto final na longa série de jogos que a nossa equipa levava sem sofrer um golo.
Quando Roberto, do Lobão, marcou aos sete minutos do encontro da jornada 7, disputada a 30 de Outubro de 2016, todos estávamos longe de imaginar que o Canedo só voltaria a sofrer aos 80' minutos da jornada 17, disputada no passado domingo, 29 de Janeiro, quase três meses depois de Zé Carlos ter sido batido pela última vez.
No total, imagine-se, o Canedo esteve 883 minutos sem sofrer um golo: foram oito jogos completos, mais 83' minutos da partida em Lobão, e 80' minutos do jogo de Paços de Brandão.
Se não é recorde a nível nacional, pelo menos na atual temporada, não andará muito longe. Mas será, com toda a certeza, a primeira vez que o Canedo esteve tanto tempo sem sofrer um golo na sua história.
Sendo certo que este feito é da responsabilidade de toda a equipa e não apenas dos guarda-redes e defesas, registe-se que Zé Carlos foi dono da baliza durante grande parte destes 883 minutos, tendo sido substituído ao intervalo na partida com o Sabariz, quando Vasco Coelho decidiu, e muito bem, dar os primeiros minutos na temporada a Ricardo Mota.
Já agora, e no que diz respeito a golos sofridos no campeonato, registe-se que o Canedo, é, por esta altura da época, a melhor defesa dos Distritais de Aveiro, com seis golos sofridos em quinze jogos, menos um que o Vista Alegre, líder destacado da Série C da II Divisão da AF Aveiro, e que soma dezassete jogos.
Se formos mais longe, e fizermos um paralelismo nacional neste parâmetro, o Canedo tem tantos golos sofridos no campeonato como o Sacavenense, do Campeonato Portugal Prio, que sofreu os mesmos seis golos mas em dezoito encontros; o Portel, da AF Évora, que sofreu seis golos mas em apenas onze jogos; o Alcaíns, da AF Castelo Branco, que tem seis golos sofridos em doze partidas; e o Flamengos, dos Açores, que sofreu seis golos em nove jogos.
A melhor defesa de Portugal está na posse do histórico Lusitano de Évora, que tem apenas quatro golos sofridos em treze partidas, menos um que o Molelos, da AF Viseu, que sofreu cinco tentos em doze encontros.
Aconteça o que acontecer até ao final da temporada, os números não enganam a excelente época canedense até ao momento: dez vitórias consecutivas, três meses sem sofrer golos e 50 golos marcados em quinze jornadas, quando, na época passada, o Canedo só fez 48 golos em 32 jornadas.
Os recordes não são criados apenas para serem batidos. São, também, para ficarem na história.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Entrevista a: Rodrigo

(Rodrigo chegou ao Canedo em 2005, proveniente do futebol italiano.)

Ao longo dos seus trinta e dois anos de futebol sénior, o Canedo conheceu poucos atletas de nacionalidade diferente da portuguesa: angolanos, cabo-verdianos, brasileiros, e um...uruguaio.
Isso mesmo: Hector Rodrigo Garcia, nascido em Montevideu, corria o ano de 1981. Quis o destino que o Canedo fosse o único clube que este uruguaio representou em Portugal, na temporada 2005/2006, numa carreira praticamente dividida entre o Uruguai e a Itália.
O sonho de ser profissional no nosso País trouxe-o para o Norte, em busca de representar um clube da nossa II Liga, que, depois de lhe dar ordem para viajar, não lhe deu a oportunidade de se mostrar, e fez com que Rodrigo acabasse no antigo pelado das Valadas, para disputar a III Divisão Nacional.
Podendo atuar como ponta-de-lança, segundo avançado e até como extremo, Rodrigo foi autor de golos que valeram vitórias pela margem mínima fora-de-portas, nomeadamente no terreno do Tirsense e do Padroense.
Atualmente com 35 anos, é treinador de uma equipa sénior em Itália e não fecha a porta à possibilidade de, um dia, regressar ao Canedo.
Ei-lo em entrevista ao nosso facebook/blogue:

Canedo FC: Como surgiu a oportunidade de jogar em Portugal e como acabou a jogar no Canedo?
Rodrigo Garcia: Eu fui chamado por uma equipa que, naquele ano, tinha descido para a Segunda Liga de Portugal. Quando eu cheguei, falei com o presidente, que me pediu para esperar uns dias, porque com a troca de treinador, algumas coisas mudaram. Esperei, como ele havia proposto, mas no fim, não fui chamado. Estava em Portugal e queria jogar, mas não tinha clube.
Surgiu uma oportunidade, através de um amigo, de ir treinar ao Canedo e como não queria estar parado, foi então que fui fazer um teste e, o grande Mister Albertino, gostou da minha forma de jogar e convidou-me a fazer parte da equipa.

CFC: Tendo em conta que é sul-americano e veio de Itália, como foi a sua adaptação ao país e ao clube? Que pessoas mais o ajudaram nessa adaptação?
RG: A adaptação não foi fácil, tinha muita diferença entre o futebol que estava habituado e o futebol português. A parte mais difícil foi o campo. Estava habituado a jogar em campos relvados e ali no Canedo ainda era em terra e foi difícil me acostumar.
Lembro-me que depois quando falaram para eu vir no dia seguinte, para jogar, eu perguntei: "onde?", Albertino mostrou o campo e não acreditei, perguntei a ele e ao treinador-adjunto, o Rui, se no dia seguinte colocariam o relvado, e eles começaram-se a rir.
Sem dúvida que o Albertino foi muito importante na minha adaptação e, depois, o meu grande amigo Sérgio Gonçalves (guarda-redes), "o monstro das balizas". Tornaram-se as pessoas que mais me ajudaram, sem margem nenhuma de dúvidas!

CFC: Fale-nos um pouco acerca da época que cá jogou.
RG: Foi um ano difícil. Não fiz a preparação com a equipa, sendo assim, cheguei em condições físicas não muito boas, além de ter tido a desilusão da equipa que me fez uma proposta e depois não deu certo.
Tinhamos iniciado muito bem a época, mas depois começaram os problemas económicos, e daí ficou tudo mais difícil. Penso que num ano sem problemas económicos, a equipa poderia ter conseguido a promoção.
No âmbito pessoal, quando estava perto de voltar a jogar ao meu melhor nível, tive a rotura do ligamento do pé direito e passei dois meses na enfermaria. "Usei" Dezembro e Janeiro para me recuperar e depois corri sempre atrás de alcançar a melhor forma.
Foi duro, salvámo-nos, mas sempre fiquei com a ideia de que tinha uma dívida com a equipa e com o treinador.

(Rodrigo em ação durante o Canedo - Lourosa de 2005/2006.)

CFC: Que memórias guarda da sua passagem pelo Canedo?
RG: Das pessoas, as melhores lembranças que qualquer um pode ter. Fui muito bem tratado e toda a gente fez o possível e o impossível para que desse certo.
Minhas lembranças melhores são os amigos que fiz, o nascimento do filho do Pedrinho, o jogo contra o Varzim, que foi dos meus primeiros jogos, onde sofri uma grande penalidade que não deram e, por último, aquele golo que quase fiz de cabeça.
Guardo muita coisa boa...

CFC: Que momento divertido que passou em Canedo gostava de partilhar com os nossos adeptos?
RG: Eu tinha recuperado da lesão e estava entrando na melhor forma do ano, estava jogando bastante bem e jogámos um jogo fora de casa. O mister me fazia jogar sempre a titular quando jogávamos fora, porque era em campo relvado. Fiz um grande jogo, lembro que ganhámos 2-1, e eu tinha feito um golo. Recordo que fora de casa jogávamos em 4-2-3-1, e em casa 4-3-3.
No treino antes do jogo seguinte, o mister chamou-me e falou: "Rodrigo, eu gostava de te ver jogar como ponta-de-lança, mas não posso tirar o Nuno", que era o capitão e goleador da equipa, e toda a gente sabia e reconhecia a importância do Nuno na equipa.
Eu falei que não tinha problema e que entendia a situação, que ele era o treinador e que eu estava a disposição da equipa. Não me lembro perfeitamente como foi, mas na semana seguinte fizemos um jantar entre os jogadores e os dirigentes, para fazer o ponto da situação, e discutir assuntos que tinham surgido. O Albertino falou e, no fim, ele perguntou: "Alguém tem alguma dúvida?" e o Nuno levantou-se e disse: "Eu se fosse o Rodrigo teria a dúvida de porque não jogou de início, no domingo, depois de ter feito golo na semana passada". Eu olhei para o mister, baixei a cabeça e comecei a rir-me sozinho!
É um momento engraçado que recordo, porque o Nuno era um jogador muito importante na equipa e por isso não podia sair e depois ele mesmo perguntou no jantar porque eu não tinha jogado.

CFC: Além de Portugal, também jogou no Uruguai e em Itália. A passagem por cá foi benéfica para si e para a sua carreira? Em que aspetos? 
RG: Cada futebol tem as suas características e o futebol português não é diferente. Seguramente levei coisas que até uso agora, como treinador. Como por exemplo, o trato com os jogadores que tinham o Albertino e o Rui. Aprendi muito com eles, sobretudo de como faziam todos os jogadores sentirem-se importantes, e como usavam os jogadores na medida do jogo que queriam fazer.

CFC: Agora é treinador de Seniores. Se tivesse a oportunidade de treinar o Canedo, aceitava?
RG: Sem dúvida que se surgir a oportunidade e as condições forem boas, voltaria com muito gosto.
Agora estou indo muito bem aqui na Itália, mas no futuro, fazer uma experiência no Canedo como treinador, seria muito bom também, até porque como falei, fiquei sempre com a ideia de que fiquei devendo algo ao clube e às pessoas, por tudo o que fizeram por mim nesse ano que aí estive.


Pode consultar toda a carreira de Rodrigo, aqui.

sábado, 19 de novembro de 2016

Entrevista a: Joel Vital

(Joel em ação durante o Canedo 0-1 Oliveira do Douro de 06/07.)

Do Benfica para o... Canedo. À primeira vista, parece ser uma daquelas coisas impensáveis de acontecer. Mas, "mergulhando" na história, constatámos que aconteceu mesmo. O protagonista? Joel Vital.
Joel fez-se sénior cedo: aos 16 anos, já era titular na equipa principal do histórico Salgueiros, que competia na então II Divisão B - e onde, de resto, fez grande parte da sua formação.
No fim da temporada, manteve-se de vermelho e de águia ao peito mas trocou de clube e cidade: rumou ao Benfica, juntamente com Pelé, o mesmo que, não há muito tempo, representou Inter de Milão e FC Porto.
Cumpriu o último ano de júnior na Luz, onde foi orientado por Rui Vitória, e ficou sem clube para a época 06/07, até que, em Novembro, apareceu em cena o Canedo.
O jogador aceitou o nosso convite, cumpriu o resto da temporada de azul e amarelo e, apesar de ser central, foi a defesa-esquerdo que realizou grande parte dos 21 jogos que disputou com a nossa camisola.
No fim da temporada rumou ao Madalena, dos Açores, e passou ainda por Candal e Cinfães, antes de chegar ao Sp. Covilhã, da II Liga, onde, atualmente, aos 28 anos, é um dos capitães de uma equipa que não perde há mais de dois meses.
Dez anos depois da sua chegada às Valadas, ei-lo em entrevista ao nosso facebook/blogue:

Canedo Futebol Clube: Veio do Benfica para o Canedo. Como surgiu a hipótese de jogar cá e que razões o levaram a aceitar o convite?
Joel Vital: Lembro-me que foi tudo muito à pressa. Na altura, eu estava sem clube no meu início como sénior, devido a alguns episódios com o meu empresário e então decidi eu próprio procurar clube. Lembro-me que havia clubes interessados em mim, mas tinha que aguardar, até que soube que o Canedo estava à procura de jogadores para a minha posição e bastou-me encontrar com o presidente do clube para que decidisse logo que era para aí que ia, uma vez que me senti muito desejado pelos responsáveis do clube!

CFC: A nível coletivo a temporada não foi boa, mas a nível pessoal pode-se dizer que lhe correu bem, certo? Realizou todos os jogos como titular, jogou em mais do que uma posição...
JV: Sim, a nível pessoal foi bom, joguei os jogos todos e consegui evoluir à medida que ia jogando. É verdade, fui contratado para defesa-central mas na ausência do nosso lateral esquerdo eu jogava lá. Tendo em conta que sou canhoto, isso facilita para que possa ser uma alternativa nessa posição.

CFC: Apesar de ter um conjunto de bons jogadores, o Canedo acabou por fazer uma época fraca e descer de divisão. Na sua opinião, o que falhou para que não conseguissem fazer mais pontos? 
JV: Eu já cheguei numa altura difícil, estávamos em último lugar e a moral estava em baixo... Éramos o "alvo a abater" por qualquer equipa que nos defrontasse, não nos respeitavam e, depois, estando em último lugar, ficava complicado para sair lá de baixo e esperávamos ter arbitragens que não nos prejudicassem. Mas nunca atirámos a toalha ao chão e lutamos até não conseguirmos mais!

CFC: Que memórias guarda do tempo que passou em Canedo?
JV: As memórias que tenho são as melhores. Apanhei pessoas fantásticas, humildes e trabalhadoras. Nunca se esquece o primeiro ano como sénior e eu não fujo à regra. Fico grato pela oportunidade de ter iniciado a carreira num clube com estes atributos.

CFC: Há algum episódio em particular que queira partilhar com os nossos adeptos?
JV: Tenho um episódio caricato: confesso que quando assinei não sabia e nem perguntei se era relva natural ou sintética, lembro de me terem dito algo do género "temos um campo bom e grande, com uma bancada coberta também grande", no dia seguinte chego para treinar e quando vi o campo pelado fiquei de boca aberta, pois não fazia ideia e já não jogava num pelado há uns anos largos. Mas como se diz "é como andar de bicicleta, nunca se esquece" e foi muito enriquecedor.

CFC: Saiu do Canedo há quase dez anos. Continua a acompanhar o clube?
JV: Sim, vou acompanhando pelas redes sociais e até já sei que, agora sim, têm sintético (risos).

CFC: No fim da época 06/07 saiu para o Madalena, dos Açores, depois passou pelo Candal e pelo Cinfães, até chegar à II Liga, mais propriamente ao Covilhã. Até que ponto a passagem pelo Canedo foi importante para a sua evolução como jogador e para a sua carreira?
JV: Considero que foi bastante benéfica a passagem pelo Canedo, pois pude jogar com regularidade, aprender com os mais velhos e, como já disse, apanhei pessoas muito humildes e trabalhadoras, apesar de todas as dificuldades. Descer de divisão só me deu ainda mais forças para contornar as adversidades futuras.


Pode consultar toda a carreira de Joel, aqui.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Padroense 3-4 Canedo: Doze anos depois...

(Canedo FC e Padroense defrontaram-se por cinco ocasiões em duas épocas.)

O dia 5 de Setembro de 2004 assinala a primeira vitória do Canedo na Taça de Portugal.
Depois de ter entrado a vencer na III Divisão Nacional, a nossa equipa foi ao terreno do Padroense, vencer por 4-3, após prolongamento. Hoje, doze anos volvidos, não só assinalamos esse registo, como recordámos toda a história em torno desse jogo, que além de ter tido um resultado "gordo", teve várias peripécias.
O Canedo, recorde-se, estreou-se em 04/05 nos campeonatos nacionais, mas já havia participado na Taça de Portugal em 01/02, em virtude da conquista da Taça de Aveiro de 00/01.
E para nos contar toda a história acerca desse Padroense - Canedo da época 04/05, ninguém melhor que Domingos Mendes, chefe do departamento de futebol do CFC entre as temporadas 02/03 e 05/06 e, mais tarde, membro da equipa técnica sénior em 06/07, 07/08 e 11/12.
Cá fica a história contada por quem a viveu:

"Nessa época, 04/05, entramos num 'Mundo novo'. Há uma grande diferença de organização, comunicação e tratamento entre Associações Distritais/FPF com os Clubes. Então no que toca a comunicados, calendários, nomeações, castigos, etc., ao nível das competições Nacionais, quem não tiver atento, pode sofrer com isso. Além disso, acrescento, as bem diferentes formas de comunicação entre entidades. A Internet era ainda uma coisa obsoleta e o agora ultrapassado fax, era o mais utilizado como via de comunicação. 
Então, depois de um inicio de época com o pé direito na estreia do Clube nos campeonatos nacionais, os dias seguintes eram de alegria e confiança, se calhar até de algum relaxamento. 
O jogo seguinte era para a Taça de Portugal, com uma deslocação ao reduto do Padroense, que, tal como nós, se estreava nessa época nos campeonatos nacionais. Na comunicação recebida, constava como horário de inicio dos jogos, às 16 Horas. No dia de jogo, tudo preparado: almoço, transporte, hora de saída. Talvez com o entusiasmo a 'empurrar', estávamos adiantados face à hora definida para chegada ao local do jogo e, com isso, em decisão conjunta com a equipa técnica, fomos até ao Parque da Cidade do Porto fazer uma ligeira caminhada. Fomos, não todos, pois havia sido permitido a alguns jogadores com residência próxima do Padrão da Légua, que se juntassem ao restante grupo no Estádio. Em boa hora foi tomada essa decisão, pois esses mesmos ao chegarem ao local, depararam com a equipa da casa a iniciar o aquecimento. Rapidamente entraram em contacto com o restante grupo, e tivemos de arrancar em "pique" do Parque da Cidade até ao Estádio.
Chegados ao local de jogo, os olhares de gozo eram muitos. No meio da atrapalhação de equipar, preencher ficha de jogo, etc., a pressão era muita para que o prazo máximo do início do jogo não fosse ultrapassado. Bem, lá começamos o jogo e, notava-se no ar, aquela ideia de clube 'campónio' que iria ser o 'bombo da festa'. À meia-hora de jogo já tínhamos encaixado dois golos. Depois do 'aquecimento' estar bem feito e com a vontade de mostrar que os 'bombos' não seríamos nós, conseguimos empatar o jogo aos 90' minutos e ir a prolongamento. Nesse tempo-extra ficou bem vincada a famosa expressão "tirar um coelho da cartola". Aliás, um não, dois, pois ganhámos por 4-3. 
Curiosamente, a partir daí, e em encontros futuros, tenho ideia do Padroense ter sido o clube que melhor nos recebeu, criando-se, até, uma certa empatia. Para finalizar, e antes do nosso regresso a casa desse primeiro jogo lá, fomos 'presenteados' com o esvaziamento dos pneus em um dos nossos transportes. Vá se lá saber porquê..."

Recorde aqui a equipa do Canedo que alinhou nesse encontro:

Vítor Gomes; João Carlos, Sandro, Óscar e Arménio (Cueca 95'); Neves, João Paulo e Zé Tó (Paulo Silva 78'); Pedrinho, Nuno Velha e Cerqueira (Telmo 45').
Treinador: Albertino Oliveira.

Golos do CFC: 2-1 Pedrinho 55'; 2-2 Neves 90' penalti; 3-3 Sandro 113'; 3-4 Pedrinho 118'.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Álvaro: o Rei dos descontos

(Álvaro durante o aquecimento em Alvarenga, no passado dia 3 de Outubro.)

A vitória do Canedo no passado domingo, não valeu apenas a consolidação da liderança, mas também a constatação de um facto curioso: Álvaro "resolveu" aos 90+3' minutos, e começa a revelar uma tendência curiosa para marcar no período de compensação.
Foi a terceira vez que Álvaro marcou nos descontos esta temporada, com a particularidade de ter "dado" sempre a vitória ao Canedo: foi assim diante do Argoncilhe, em Nogueira da Regedoura, para a Taça de Aveiro - 1-0 com golo aos 90+3' minutos; semanas mais tarde fê-lo em Cesar, contra o Cesarense-B, marcando o 1-2 final cinco minutos para lá dos noventa, e no passado domingo, em casa do Macieirense, o seu golo nos descontos deu nova vitória ao Canedo.
O ponta-de-lança que, outrora, marcou golos a Miguel, ex-guarda-redes de Varzim e V. Guimarães na I Liga, e a Adriano Fachini, que recentemente se notabilizou ao serviço do Gil Vicente, é o melhor marcador do Canedo na actual época com sete golos em nove jogos, totalizando as duas competições em que o clube participa.
Mas a sua relação com os descontos ao serviço do Canedo começou há três temporadas atrás, quando na sua época de estreia com a nossa camisola, marcou o 1-2 final em casa do Fermentelos aos 90+2' minutos, numa vitória importante para as contas da manutenção.
Esta "veia" continuou de 12/13 para 13/14, quando na recepção ao Paivense, e com o jogo empatado a um golo, Álvaro desfez o empate nos primeiros segundos da compensação; e voltou a "aparecer" no célebre empate caseiro com o Oliveira do Bairro (5-5), quando aos 90+4', na conversão de uma grande penalidade, Álvaro fez o décimo golo da partida.
De todos os seis jogos em que marcou na compensação com a nossa camisola, o encontro diante do Oliveira do Bairro, foi mesmo o único que o Canedo não venceu.
Depois de ter dividido a sua formação entre o Feirense e o Soutense, Álvaro representou Lobão, Milheiroense, São João de Vêr, U. Lamas, Cesarense, Caniçal, Ataense, Fiães, Ribeira Brava e Camacha, antes de chegar ao Canedo na época 2012/2013.
Ao serviço do Canedo, em três épocas, Álvaro soma 45 jogos e 19 golos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Entrevista a: Nino

(Nino em acção diante do Paivense, num jogo disputado nas Valadas.)

Carlos Ferreira não dirá nada aos adeptos canedenses, mas se falarmos em Nino o caso muda de figura.
Nino é um nome marcante da história do Canedo. Durante anos a fio, o esquerdino espalhou classe e magia com a nossa camisola, e inscreveu o seu nome nos maiores feitos do clube.
Em 2001, foi dele o golo de canto directo que apurou o Canedo para a final da Taça de Aveiro, prova que viria a conquistar.
Em 2007, na época em que o clube deixou os Nacionais, marcou dois golos de livre diante do Alijoense, num jogo que haveria de terminar empatado a três golos.
Estes são apenas dois exemplos do que fez um Homem que pelo Canedo subiu por três ocasiões, além de vencer uma Taça de Aveiro.
Aos 40 anos, Nino ainda veste a camisola do Canedo, uma vez que joga ao serviço dos nossos Veteranos. E continua a fazer das "suas".
Ei-lo em entrevista ao nosso facebook/blogue:

Canedo FC: Subiu duas vezes pelo Canedo à I Divisão Distrital. Uma vez que esta época o objectivo do clube é esse mesmo, subir à I Divisão, quais são os factores que considera decisivos para se subir nesta divisão?
Carlos Ferreira: Penso que é necessário ter um bom plantel e, principalmente, um grupo muito unido.

CFC: Chegou ao Canedo em 1996. Ainda se recorda dos motivos que o levaram a assinar pelo clube?
CF: Pessoalmente tinha ambições fortes, e o Canedo era um bom clube, que tinha boas condições para a época em que estávamos.

CFC: Quando chegou ao Canedo, o clube ainda procurava afirmar-se em definitivo no futebol de Aveiro. Quase 20 anos depois podemos dizer que o Canedo atingiu um patamar de respeito no futebol aveirense. Concorda que teve um papel importante nessa afirmação?
CF: Claro que sim. Estive nos títulos mais importantes do clube e nas maiores glórias, por isso, acho que tive um papel fundamental nessa afirmação.

CFC: Além dessas duas subidas, soma uma subida à III Divisão Nacional e a conquista de uma Taça de Aveiro. Qual foi o momento mais marcante que teve ao serviço do Canedo?
CF: Momento mais marcante é, sem dúvida, a subida à III Divisão Nacional, onde nesse campeonato fiz um golaço ao Avanca, equipa que subiu juntamente com o Canedo. Essa subida e esse golo são momentos que nunca mais irei esquecer.

(Nino com o seu filho mais velho, no dia em que o Canedo festejou, em casa, a subida à III Divisão Nacional.)

CFC: Em 2004, após subir pelo Canedo aos Nacionais, optou por se mudar para o Arouca, da I Divisão Distrital de Aveiro. Porque optou por esta mudança?
CF: Pensei em ficar no Canedo, mas as condições oferecidas em Arouca eram muito favoráveis e como já tinha alguma idade decidi ir, mas com grande sofrimento. Outro motivo que me "ajudou" a ir, foi a possibilidade de ir ajudar um grande amigo, o professor Vasco Coelho.

CFC: Em 13 anos que representou o Canedo marcou muitos golos e fez muitos mais jogos. Qual o jogo e o golo que melhor recorda?
CF: Jogo que melhor recordo e que nenhum canedense vai esquecer é o Canedo - Arouca na luta pela subida à III Divisão Nacional. O golo que melhor recordo, foi neste jogo, pois fui eu que, na altura, coloquei o Canedo a vencer por 3-1, com um golaço do "meio da rua".

CFC: Teve quatro passagens pelo Canedo e ao todo foram treze épocas. Ficou alguma coisa por fazer/conquistar?
CF: Sim, ficou quando regressei de Arouca. Nesse ano o objectivo era manter o Canedo na III Divisão Nacional, mas a equipa não alcançou o objectivo e descemos aos Distritais.

CFC: Nas últimas 3 épocas, faz parte da equipa de veteranos do clube. Gostava, um dia, de ter outras funções dentro do Canedo?
CF: Sim, gostava de ser treinador principal.

CFC: Se lhe pedissem para definir a sua passagem pelo Canedo numa só palavra, qual seria?
CF: Não tenho uma palavra, mas sim duas: foi maravilhosa e fantástica!


Pode consultar toda a carreira de Nino, aqui.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Entrevista a: Paulinho

(Paulinho em acção no Leça 2-2 Canedo de 2005/2006.)

A 5 de Outubro de 2005, o Canedo ficou perto de fazer história na Taça de Portugal, ao levar o Varzim, da Liga de Honra, a prolongamento.
Para recordar esse jogo, nada melhor que o Homem que nos fez sonhar ao marcar um grande golo: Paulinho empatou o jogo a uma bola de livre directo, e aceitou o nosso convite para "voltar atrás no tempo".
Só jogou uma época nas Valadas, mas foi o suficiente para garantir que o seu nome ficará para sempre gravado na história do nosso clube.
Dono de um excelente pé esquerdo, tinha "desbravado" caminho na eliminatória anterior, quando, também de livre, rematou, Nuno Pinto desviou e o Canedo ganhou 1-0 ao Infesta da II Divisão B.
Aos 37 anos está retirado do futebol.
Ei-lo em entrevista ao nosso facebook/blogue:

Canedo FC: Completam-se hoje dez anos sobre o Varzim - Canedo. O Paulinho marcou um grande golo. Que memórias tem desse jogo e desse momento em particular?
Paulo Pinto: Esse jogo tão cedo não me vai sair da memória. Tenho uma excelente recordação. Fizemos um grande jogo frente a uma grande equipa, fomos fortemente apoiados pelas pessoas de Canedo e não as defraudamos, pena mesmo foi o resultado. O golo que marquei de livre foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira, que me enche de orgulho, e que nos fez sonhar passar essa eliminatória da Taça de Portugal. Esse grande momento dediquei-o ao meu falecido PAI.

CFC: O Canedo ficou perto de eliminar uma equipa profissional e cometer uma proeza histórica. O que faltou, na sua opinião, para que a equipa conseguisse cometer esse feito?
PP: Faltou-nos, primeiro, uma pontinha de sorte, pois como se devem lembrar, o Pedrinho aos 90+1' minutos falhou, de cabeça, um golo "feito". No prolongamento, faltou-nos capacidade física, fruto do facto de sermos uma equipa 100% amadora. 
Foi mesmo pena, pois caso tivéssemos passado, na eliminatória seguinte iríamos jogar com o Sporting em Alvalade.

CFC: No Varzim, alinhavam, entre outros, Eliseu que agora está no Benfica, e Bruno Miguel que está no Estoril. Concorda que, passados tantos anos, esta "curiosidade" valoriza ainda mais aquilo que o Canedo conseguiu fazer na Póvoa?
PP: Claro que concordo. Mais a mais, o treinador do Varzim (Horácio Gonçalves) jogou na máxima força, pois no jogo anterior para o campeonato tinham perdido por 3-0, e queriam dar, no imediato, uma resposta positiva e se possível com goleada. Mas isso não aconteceu pois vendemos cara a derrota. Passados tantos anos, é bom recordar que jogamos contra jogadores que mais tarde se tornaram campeões nacionais, como é o caso do Eliseu.


(Paulinho chegou ao Canedo, proveniente do Cesarense, em 05/06.)

CFC: Chegou ao Canedo no verão de 2005. Ainda se recorda dos motivos que o levaram a assinar pelo nosso clube?
PP: Assinei pelo Canedo motivado pelo projecto que tinham para o clube, e pela segurança e capacidade de balneário que o mister Albertino me transmitiu. Esses aspectos foram fundamentais.

CFC: Um ano depois de ter chegado, saiu do clube. Porque razão não continuou na temporada seguinte?
PP: Apenas não continuei porque havia uma grande indefinição em relação há época que estava prestes a começar, e como é normal nestas situações tive que me precaver e arranjar clube. Isso foi o mais fácil, pois fruto da grande época que fiz em Canedo, recebi várias propostas. No entanto, antes de assinar por outro clube, tive o cuidado de telefonar ao mister Albertino, justificando a minha decisão.

CFC: Apesar de ter sido apenas por uma época, valeu a pena ter jogado no Canedo? Que recordações guarda da sua passagem por cá?
PP: Claro que valeu a pena. Adorei ter jogado no Canedo, pois  fiz grandes amigos, e por vezes ainda nos juntámos para recordar esses momentos. As pessoas de Canedo são do melhor que encontrei na minha carreira. O meu obrigado a todos.


Pode consultar toda a carreira de Paulinho, aqui.

Pode recordar a ficha de jogo do Varzim - Canedo, aqui.